23 julho, 2005

, súbito vento norte porém derruba alguma memória porta que se tranca palimpsesto incendeia os pulmões para exercícios de secretas fábulas assim certo dilúvio da garganta desperta geometrias noturnas da papoula fímbria sem voz a legislar o estopim de cada estação esta salmodia por entre os dedos e este roçar entre as pernas do silêncio que se abrem fecham nas entranhas de um gesto único extinto mão alguma retém a explosão do subterfúgio de uma à outra pálpebra élitros que se esbatem num desassossego de adagas uma à outra pupila rapina crocitando mistérios do um recorre contra o alvoroço cartesiano dos movimentos daqueles automóveis entretanto qualquer abraço agora sob o poente de uma janela despencaria sobre os mesmos ombros o insidioso adiamento de roupas despidas sem nenhum machucado prévio cravado rente à primavera destes tornozelos dança esquiva a translação da memória borboleta risco púrpuro adormecendo sob volutas da orelha timbres do martelo em compasso de furiosas ancas que se fecham abrem em minério de dúvida fósforo e susto logo o branco aceso assalta a próxima página porta que se range luz insuportável atravessando o turvo canto do dervixe até uma outra afirmação num corredor vazio hieróglifo atento à despedida em torno simplesmente há coisas que não ante a liturgia do calcanhar rosa dos ventos,



vicente araújo

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