07 agosto, 2005

leitura-madrugada 1


CHIAROSCURO



talvez sob a noite
calejada de grilos
um
meu filho
talvez
existisse
e, baldio, evitasse uma sílaba
enquanto
pastoreia
o caminho do brinquedo:
um ferrorama
que não carrega vozes
em suas vísceras plásticas
que não atrasa
como os trens do interior
e - alheio aos
olhos de gude -
apenas cumpre
os trilhos
desta noite
de pânico e
esgrima



do livro primeiro as coisas morrem, de diego vinhas.

2 Comments:

Blogger Gisella Hiche said...

mas as noites não são movidas a pilha e mesmo elas cessam.
e a eletricidade também acaba.
e aí vem o medo
mas também o ímpeto de vingar
o profundo da noite com um canto

03 setembro, 2005 09:28  
Blogger Pablo Araujo said...

a manhã é a vingança contra a noite

07 setembro, 2005 04:34  

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