07 agosto, 2005

leitura-madrugada 2


DEPOIS DO LIVRO, espera-se
encontrar a mesma rocha
esfarelando a mesma onda,
a praia familiar contornada
pela mesma rua diariamente,
e atrás ainda da paisagem
litoreânea, contaminada
pelos olhos sem urgência,
sob o assédio do visível,
espera-se encontrar a recusa
da paisagem, o instantâneo
e primeiro espanto - feche
o livro, e tão logo se desfaz
essa recusa, desfaz-se ainda
a própria espera, rocha e onda
devolvidas ao que sempre
foram quando jamais vistas,
quando nunca mais narradas.


epílogo de cosmologia, de marcelo diniz

3 Comments:

Blogger vanessa reis said...

excelente.

08 agosto, 2005 14:52  
Blogger virna said...

gostei, vicente. belo poema.

17 agosto, 2005 20:31  
Blogger Pablo Araujo said...

virna e vanessa,
obrigado pela visita,

abraços

24 agosto, 2005 12:49  

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