28 fevereiro, 2005

Carta para Paola

O tempo está estranho e faz tempo que não te vejo. Do lado de cá, sinto a mudança do vento e penso que talvez você vá aparecer. Não faço cobrança de sua presença; sei que estou também por aqui em uma espécie de exílio, resolvendo nós desimportantes - mas que precisam ser desatados.

A carta em questão é um pedido para que você aceite meu fragmento em jazz. Improvise comigo. Já que não tocamos bem instrumento algum, podemos experimentar a letra como som. E veja que curioso - sempre ouvi a voz de tuas palavras no timbre de uma flauta transversal. Ainda não descobri o tom das minhas e, talvez nessa troca, eu consiga me escutar escrevendo.

No mais, saudades.

Com mesuras e salamaleques

A.