Ivone
Caminhava apressada pela calçada, tentando recuperar os minutos passados. Quase corria, mas o ar já começava a faltar e sentia a dorzinha do lado dos que jamais andam depressa.
Ivone morava com a irmã Iolanda, mais o sobrinho Carlos Augusto e Floriza, uma gata malhada. Todos em um sobrado amarelo, que cerrava suas portas, todos os dias, às oito horas da noite.
E Ivone estava atrasada. Mais de meia hora avançavam sobre as oito soberanas, que determinavam o fechar dos ferrolhos das portas. Aquele era um dos muitos hábitos que Ivone e Iolanda mantiveram depois da morte da mãe: oito horas no relógio, hora de se recolher. De fechar todas as janelas, de botar a gata na lavanderia e se preparar pra dormir.
Mas naquela noite, pela primeira vez em cinqüenta e sete anos (e quase dois anos depois da morte da mãe), Ivone se atrasou.
Caminhava apressada pela calçada, tentando recuperar os minutos passados. Quase corria, mas o ar já começava a faltar e sentia a dorzinha do lado dos que jamais andam depressa.
Ivone morava com a irmã Iolanda, mais o sobrinho Carlos Augusto e Floriza, uma gata malhada. Todos em um sobrado amarelo, que cerrava suas portas, todos os dias, às oito horas da noite.
E Ivone estava atrasada. Mais de meia hora avançavam sobre as oito soberanas, que determinavam o fechar dos ferrolhos das portas. Aquele era um dos muitos hábitos que Ivone e Iolanda mantiveram depois da morte da mãe: oito horas no relógio, hora de se recolher. De fechar todas as janelas, de botar a gata na lavanderia e se preparar pra dormir.
Mas naquela noite, pela primeira vez em cinqüenta e sete anos (e quase dois anos depois da morte da mãe), Ivone se atrasou.
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