o arrependido
A carteira ainda estava ao lado da cama. Guardava no couro velho as impressões dos dedos angustiados que a largaram, sem pressa, sobre o criado-mudo. E que depois tentaram segurar o corpo pela ponta da janela, quando já era tarde demais.
Porque já havia se atirado. Não fora lançado por ninguém. Desejou morrer e largou-se pela janela, mas chegou a arrepender-se no minuto derradeiro, num lampejo de saudade - e não consegui voltar atrás. Não conseguiu retornar ao quarto e desfazer o caminho até a janela, desfazer a carteira de couro com as marcas dos dedos sobre o criado.
Precipitou-se sobre o tempo e não desfez o salto - que, do alto de dez andares, foi mortal.
A carteira ainda estava ao lado da cama. Guardava no couro velho as impressões dos dedos angustiados que a largaram, sem pressa, sobre o criado-mudo. E que depois tentaram segurar o corpo pela ponta da janela, quando já era tarde demais.
Porque já havia se atirado. Não fora lançado por ninguém. Desejou morrer e largou-se pela janela, mas chegou a arrepender-se no minuto derradeiro, num lampejo de saudade - e não consegui voltar atrás. Não conseguiu retornar ao quarto e desfazer o caminho até a janela, desfazer a carteira de couro com as marcas dos dedos sobre o criado.
Precipitou-se sobre o tempo e não desfez o salto - que, do alto de dez andares, foi mortal.
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