25 agosto, 2005

UM CANTO PARA MUSSUEMBA


Ó mãe dos gafanhotos
sentados na lavra da boca deserta:
quantos comboios pariu a tua fome
sobre tijolos gravados ao corte da língua?
O abecê do tempo sangra no pilão
e a chuva de Abril nos cafeeiros
é a mulher kilombo, dizem
morreu um leão no fogo do teu ventre
onde caminhei de animais na mão.




(poema do angolano josé luís mendonça, confiram outros do mesmo peso em peledelontra.zip.net)

2 Comments:

Blogger vanessa reis said...

ah, não deu pra mim esse...

isso é que é engraçado. nós os escolhemos ou eles nos escolhem?

13 setembro, 2005 13:15  
Blogger Pablo Araujo said...

bom, vanessa,
acho que eles tem mais poder de arbítrio do que nós.

gostei deste justamente por ele ser arredio e estranho. nesse caso eu (ainda) o estou escolhendo, até ele me aceitar. e não é que dá certo? já consegui com muitos poemas,

abraços

14 setembro, 2005 14:56  

Postar um comentário

<< Home