13 junho, 2006
















(Jusepe de Ribera. o sonho de jacó. 1639)




Labirinto, por Jorge Luis Borges


Não haverá nunca uma porta. Estás dentro
E o alcácer abarca o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro,
Que obstinadamente se bifurca em outro,
Tenha fim. É de ferro teu destino
Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
No negro crepúsculo a fera.


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1 Comments:

Blogger ana rüsche said...

não conhecia esse poema do borges, me senti meio pobre de nunca ter lido, faz todo o sentido do mundo, amarra a obra do cara toda. obrigada pelo post.

17 junho, 2006 19:15  

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