07 dezembro, 2005

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cada poro — livro ancestral — do núcleo à superfície do planeta lê contra nossos globos oculares.

continentes, girassóis, oceanos e iguanas trabalham a sinfonia de magmas abissais, objetos desconhecidos arremessados por um remoto navegador, do qual nunca saberemos o nome.

então jogos e armadilhas lacrimais: circunavegação abrupta orquestrasse falcão, falésia, vermelho, púbis enquanto o imenso eixo das estações e cidades — repaginado céu a céu — não saberá da tintura de silício sob a pele como último esquecimento proposital.

há muito a mesma partitura ao golpe dos séculos e cópulas, sem naipe nenhum da primeira tempestade — clave de cromossomos — que se abriu e fecha entre nossas embarcações.

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silêncio absoluto na órbita fiel a todos os pontos cardeais.





(poema de Pablo Araujo, ainda a ser mexido e remexido)


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8 Comments:

Blogger Thiago Ponce de Moraes said...

Muito bom.

Tenho algumas sugestões, depois falo.
Mas tá bem legal sim. Bem mesmo.

Continue o trabalho. E vamos nós.

O poema do Claudio é bem elgal, não conhecia esse. Saiu em qual livro?

Abraços.


Ah, sobre o que a menina, Carla Kinzo, perguntou sobre as facilidades que falei: lançar temática, rimas de desinência, coisas assim.

Espero que a autora repense, sim, só uma sugestão, nada mais.


Até!

07 dezembro, 2005 15:59  
Anonymous Anônimo said...

oi thiago,
valeu a visita!
envia as sugestões por i meio?

abraço

07 dezembro, 2005 16:24  
Anonymous Anônimo said...

o poema do claudio eu tirei do 'figuras metálicas', excelente reunião dos quatro livros de poemas dele lançados até hoje.

ele tem uma página na net, com alguns poemas. vai no orkut dele que você acha o endereço.

até
abraço

07 dezembro, 2005 16:32  
Blogger Carla Kinzo said...

Colocar na roda, sim, isso é bom Thiago Ponce. Continue com as sugestões, por favor.

Carla Kinzo

07 dezembro, 2005 18:03  
Anonymous Anônimo said...

Muito bom, Pablo. Não sei se mexeria muito nele, não. Gostei do jeito que está.

Saudações do Cárcere

Pus um novo blog no ar, dá uma passada lá, o endereço é: http://alisedoeu.blogspot.com

13 dezembro, 2005 13:33  
Anonymous Anônimo said...

por enquanto só fiz pequenas alterações. mas com o tempo é quase certo desse poema ser bastante alterado ou até desmembrado, ficando maior, menor ou se transformando em outros.

até hoje nunca senti que um poema meu estivesse pronto, a não ser por poucos dias.
enfim...

passarei no teu novo espaço, celso.

abraço

13 dezembro, 2005 17:14  
Blogger Carlos Besen said...

não sou nem serei nada. o poema tem uma incisão verbal interessante, mas sua virtude é o seu vício. minha sugestão, pó a esquecer: a adjetivação está muito carregada, tornando-se notável demais.

há metáforas boas. não retira os adjetivos do último verso, pois eles configuram o ritmo da dicção - e isso de uma maneira genial.

abraços

15 dezembro, 2005 05:33  
Anonymous Anônimo said...

olá carlos!

o poema ainda (talvez) está com umas arestas, mas realmente não sei como ele irá se transformar.

mesmo conferindo não vi esse 'carregamento'. mas a boa dose de provocação crítica é bem-vinda. está anotado. valeu mesmo.

abração

16 dezembro, 2005 13:39  

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