Oswaldo Goeldi. Céu vermelho, 1950
Céu vermelho – de Franklin Alves
O homem que ia atravessar as caixas, de uma margem a outra, morreu ontem. O outro homem, aquele que ia receber as caixas na margem oposta, desistiu logo após a notícia da morte. Ficamos deste lado com os embrulhos, pensando em abri-los. A dúvida cheia de olhos nos espreitava. Não abrimos. Sob um céu vermelho, meditamos a morte das coisas que elegemos, e que estariam, agora, no outro lado. Meditamos o imprevisto das caixas, que não nomeamos acaso, mas uma ordem que regula desde átomos até casos como este.
O homem que ia atravessar as caixas, de uma margem a outra, morreu ontem. O outro homem, aquele que ia receber as caixas na margem oposta, desistiu logo após a notícia da morte. Ficamos deste lado com os embrulhos, pensando em abri-los. A dúvida cheia de olhos nos espreitava. Não abrimos. Sob um céu vermelho, meditamos a morte das coisas que elegemos, e que estariam, agora, no outro lado. Meditamos o imprevisto das caixas, que não nomeamos acaso, mas uma ordem que regula desde átomos até casos como este.
[Franklin Alves nasceu em Niterói/RJ em 1973. Ainda vive no mesmo lugar. Este poema faz parte do seu primeiro livro, ainda inédito. Brinca de editar no seguinte endereço: http://pesa-nervos.zip.net/]
3 Comments:
Excelente texto do Franklin, este. O trabalho dele é realmente muito consistente. Muito bom todo o blog, aliás. Cheguei aqui através do Papel de Rascunho e gostei muito do pouco que li até agora. Voltarei com mais tempo.
Convido-os a conhecer o Cárcere (http://ocarceredasasas.blogspot.com), um espaço onde ponho alguns poemas.
Saudações
ôpa, celso. realmente o franklin vem se destacando com seus poemas.
visitaremos o cárcere.
grande abraço
As imagens do artista Oswaldo Goeldi possuem direitos autorais.
Pedimos entrar em contato com o Projeto Goeldi para informações de licencimento.
www.oswaldogoeldi.org.br
Postar um comentário
<< Home