de Ibn 'Arabî
Em Dhu Salem e no convento na área de Hima
Gazelas mostram-te o sol na forma de estátuas
Observo as esferas sirvo numa igreja
Guardo um prado colorido na primavera
Ora me chamam pastor de gazelas
No deserto ora monge ora astrólogo
Meu Bem-Amado é três embora um
Como as Pessoas que foram feitas uma na essência
Amigo não contestes o meu dito um astro de fogo
Ilumina gazelas a girar em torno das estátuas
Nas gazelas pescoços no sol rostos
Na branca estátua peito e punhos
Como emprestamos vestes aos ramos
Virtudes ao jardim sorriso ao relâmpago
(Ibn 'Arabî, sufi andaluz nascido em Múrcia, Espanha, em 1165 e morto em Damasco, Síria, em 1240. tradução de Antônio Cícero)
6 Comments:
Bem legal esse poema. É bom ver como há tempos já há coisas muito interessantes em experimentação.
Sobre o Drummond: não digo somente das categorias e prioridades do Pound. Drummond espera muito do leitor, facilita muito as coisas. Quase sempre. Uma possível auto-ajuda, uma conversa para consolar.
Não é na questão da invenção só que falo, meu caro.
Enfim; deixe lá.
Abraços.
celso, também tô doido pra ler logo esta tradução lançada recentemente. deve estar du'ca!
abraço
gostei de imaginar as gazelas. esse lugar é tão longe que a lembrança envolve a cena apenas de um branco, pura lembrança do que não há.
sim, thiago, quando dei de cara com esse poema, achei o jogo de imagens dele bem interessante. bonito.
coloquei o pound no meio, pois em certas conversas e debates falamos no novo, no inventivo etc.
e sim, o tom 'auto-ajuda', 'consolo', aparece em algum drummond, o que não apaga o que ele fez de excelente, 'a máquina do mundo', por exemplo, o difícil está lá, como em muitos outros.
abraço
gi, um 'branco colorido'?
a cena é colorida
mas envolta há um branco que quanto mais distante, mais perde a densidade
o lugar da pura poesia
sei lá, tô no devaneio...
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