26 outubro, 2006

Brecht, duas peças
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Nossos inimigos dizem: A luta terminou.
Mas nós dizemos: Ela começou.
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Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada.
Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda.
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Nossos inimigos dizem: Mesmo que ainda se conheça a verdade
Ela não pode mais ser divulgada.
Mas nós a divulgamos.
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É a véspera da batalha.
É a preparação de nossos quadros.
É o estudo do plano de luta.
É o dia antes da queda
De nossos inimigos.
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Ó prazer de começar! Ó alvorada!
A primeira grama, quando parece esquecido
O que é o verde! Ó primeira página do livro
Tão esperado, surpreendente! Leia
Devagar, muito rápido
A parte não lida ficará pequena! E o primeiro jato d'água
No rosto suado! A camisa
Fresca! Ó começo do amor! Olhar que desvia!
Ó começo do trabalho! Colocar óleo
Na máquina fria! Primeiro movimento e
Primeiro ruído do motor que pega!
A primeira fumaça, enchendo os pulmões!
E você, pensamento novo!
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13 outubro, 2006

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coreografia.........:.........o poema no centro da noite.
silêncio e só.......................................:........guarda-se.

a infinidade do sono..........abrem-se os olhos.
o encontro da primeira pessoa do dia..........barulho e rumores
a cabeça atenta e presente a tudo.........:.........esquecimento.
outros dias..........outras noites
outra coisa que sempre foi.........:.........nunca esteve aqui.
sabe-se..........não se sabe.........:.........cinismo e inocência estão por todos.
vamos embora..........ainda sorrimos.
dia e noite..........a dança desenvolve-se longamente na esfera
com tanta beleza..........liga-se um a um..........rumo ao grande centro da dor
para tudo acabar de uma vez..........começar nunca mais.
início de tudo e de todos..........para sempre.........:.........e.








(por Pablo Araujo)


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